A camisa vermelha da seleção é o grande problema do Brasil

Em meio a escândalo do INSS e alta de preços, muitos ficaram indignados com suposta ideia da CBF

O Brasil, definitivamente, não é para amadores. Num país onde os escândalos se sucedem na área política, como a recente fraude descoberta no INSS, eis que há uma revolta coletiva por conta da tão falada camisa vermelha da seleção canarinho. Jornalistas, blogueiros, influencers, curiosos e palpiteiros (como eu) resolveram botar a boca no trombone e revelar suas mágoas. 

A impressão que fica, para quem aqui não vive, é de que tudo funciona na terra do futebol e do carnaval. Um tipo de Suíça da América Latina. Ledo engano, óbvio. A começar, já não somos o país do esporte bretão há tempos. A seleção, colocada nos holofotes nesta discussão sobre o suposto manto rubro, já não ganha nada faz tempo, a não ser vexames. A entidade que a comanda não tem credibilidade alguma, os últimos treinadores tiveram péssimo trabalho e o cargo ainda está vago, o VAR está mais para VARgonha, porém a indignação está na estampa do produto.

Claro que há o eterno componente político, a  tal polarização que nos torna reféns de grupos que têm na canalhice sua principal virtude. Os mais exaltados da direita dizem que é uma conspiração, coisa de comunistas. Os da esquerda acham que a “amarelinha” é sinônimo de “anistia já”. 

Seja o que for, é muita fumaça para pouquíssimo fogo, encobrindo coisas muito mais importantes a serem discutidas no momento: a corrupção, violência, inflação, o vale-tudo dos políticos. Problemas sérios, que deixariam qualquer personagem (por mais cafajeste que seja) de Nelson Rodrigues corado, muito mais vermelho do que a polêmica camisa. 


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