Titanic tupiniquim: a seleção que nem Deus poderia afundar

Acabou o sonho para muitos. Para outros, um alívio. O que se vê é uma enxurrada de posts e textos com um viés de revolta e conformismo, ora criticando o jogador que o Brasil endeusou, ora apoiando a “luta” de um time que mais parece uma trupe de atores mambembes. Tite, antes um grande capitão, parece que cedeu aos velhos vícios inerentes ao cargo. O discurso de até-aqui-só-perdemos-uma já não cola mais. O importante não é a invencibilidade. O que interessa, na verdade, é não perder quando não se pode perder.

O velho comandante _ de tantas glórias (lembre-se de Corinthians e Boca ou Timão X Chelsea) e derrotas inexplicáveis no curriculum (vide Tolima ou a expulsão do Palmeiras de forma vergonhosa e injusta) _ não me parece tão abalado na coletiva pós-jogo. Amadurecimento? Talvez. Ou quem sabe os milhões de reais ganhos em publicidade, fruto de sua posição atual, lhe concedam certo alento nas horas difíceis.

O que fica claro, até para quem tem dificuldades visuais, é que não temos o material humano que muitos teimam em acreditar. Jesus não vingou no certame, Neymar não parou em pé (nem fez questão disso), a zaga não é a muralha que o Galvão vendeu na véspera. O goleiro, que quase não foi exigido, não passa segurança e é contestado, assim como alguns nomes que lá estavam. Interferência externa? Olha aí o Tite mais uma vez tendo que conviver com fantasmas que habitam há décadas os negócios escusos da confederação que contabiliza mais falcatruas que títulos.

Surpreendente o posicionamento resignado da emissora oficial do “hexa”, enaltecendo as virtudes invisíveis de um time que continua sem o ingrediente imprescindível para qualquer campeão: a alma. A mesma que faltou nos 7 X 1, a derrota mais vexatória de todos os tempos, em todas as copas da história.

Os mesmos que se divertiram criando “memes”para as eliminações da Alemanha, Espanha, Argentina ou Portugal, agora têm que usar a criatividade para inventar desculpas pelo fiasco. Boa sorte pra eles.

Carlos Guerra

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